Perco-me em ti, mar meu, de cada vez que te vejo, belo, imenso, majestoso. Deixo os meus olhos vaguearem pelo teu corpo azul celeste, deleitando-os como mulher que olha o homem que ama. E nos dias em que te vou ver ao fim do dia não sou capaz de dizer o quanto me emociona o manto dourado que te cobre. Fico muda. Quieta. Em êxtase. És meu. Tenho agora mais do que nunca, certeza disso. Por isso te chamo e hei-de sempre chamar, mar meu. Mar meu. Mar meu.
Vou ver-te de propósito para ouvir os teus conselhos murmurados nos meus ouvidos e no meu coração. A tua voz é bela, mesmo quando estás zangado. Melodiosa no seu vai e vem eterno, que me embala, que me adormece. E quando me ralhas sei que é para meu bem. Sei que ergues muitas vezes a voz para me ajudar a erguer a cabeça e a ser uma outra pessoa. Melhor. Sempre melhor. E todas as vezes te agradeço por isso. Obrigada mar meu.
Sinto tanto a tua falta, mar meu…
Falta do teu cheiro inebriante que me faz sentir plena de vida. A maresia entra nas minhas narinas e revigora-me, refresca-me, o corpo e a alma. Acorda-me, faz-me vibrar. Faz-me sentir viva, muito viva,
Cada grão de areia molhada que sinto nos pés quando caminho perto de ti me faz bem e me tranquiliza. Adoro sentir a areia molhada nos pés, por entre os dedos. Ouvir o rac rac que os meus passos provocam nos longos passeios que dou quando quero estar perto de ti, conversar contigo, desabafar as minhas mágoas, a minhas alegrias ou os meus sonhos. Faço-o sempre assim, caminhando. Parece que os pensamentos fluem melhor, se soltam como um bando de pássaros rumo ao sul.
Sinto tanto a tua falta, mar meu…
Preciso de ti cada dia mais. Preciso da tua presença reconfortante que enche os meus dias de paz azul celeste. Como poderia eu sequer pensar em viver sem ti? A quem recorreria eu nos dias mais tristes, mais chorosos? Quem alem de ti me daria amizade incondicional e eterna? Tu e tu e sempre tu, mar meu.
Olho-te mais uma vez para reter a tua imagem para sempre. Azul, muito azul. Uma linha muito ténue te separa do céu, também azul. O sol prestes a ir embora cobre tudo com uma luz dourada e faz brilhar as tuas aguas como se estivesses vestido de milhares de diamantes lapidados e enfeitas-te de milhares de cores, impossíveis de reproduzir. És tão belo, mar meu. Quero guardar esta imagem para sempre dentro do meu coração. Vou emoldura-la com amor e vou pousa-la para sempre no cantinho preferido da minha memoria, cantinho onde guardo as melhores e mais doces recordações, este momento que jamais se repetirá. Mar meu, como és maravilhoso, como te admiro…
Sinto tanto, tanto a tua falta, mar meu. Mar meu, para sempre meu….
Texto de ficção para a “Fábrica das histórias”, por Cláudia Moreira
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